Coluna de Veras Lusa

Um jogo no Canindé

f: Mario Cardoso

Na Av. 23 de maio ainda não. Na Av. Tiradentes também não. Mas quando entro com o carro na Rua São Caetano, conhecida como Rua das Noivas, ai sim, parece que uma atmosfera diferente começa a surgir. Sinto que realmente vou encontrar, posso dizer, minha noiva amada. (leia o texto como nossa, meu caro lusitano). 

Quando viro a esquerda na Rua Valtier, essa atmosfera aumenta e não existe mais dúvidas disto. Ao avistar no horizonte as torres de iluminação do Estádio Osvaldo Teixeira Duarte (Canindé) é como chegar perto dessa noiva. E se o jogo for a noite, os raios de luz vindos dos refletores são como um perfume ou “o canto da sereia” para o torcedor luso que se aproxima.

Uns quarteirões a mais e uma decisão surge: Paro o carro nas vielas com suas casas antigas que remontam à uma São Paulo centenária, onde as portas e janelas das casas dão direto na calçada ou levo o carro até o estacionamento do clube?

Nestes dias difíceis para a Lusa, só existe uma opção. Rumar para o clube. Qualquer contribuição está sendo válida.

Ver um jogo no Canindé não é apenas pagar ingresso e entrar. O Canindé é “uma cidade”. Você desce do carro e anda pelo clube, respira a atmosfera que já se ensaiava desde a Rua São Caetano. A parada para o bolinho de bacalhau ou alheira acompanhada de uma cerveja é degustada, não pelo paladar, mas pelas veias de quem entende o que escrevo. E que sede de camelo essa alheira dá antes do final do primeiro tempo!

Uma passada perto das piscinas a caminho do ginásio onde se tem o museu com troféus. Para os religiosos, uma passada pela gruta. Uma corridinha na sala da sueca e na Leões pra olhar alguns posteres são um trajeto rotineiro e prazeroso para quem considera o Canindé a sua segunda casa.

Encontrar amigos, ouvir o sotaque mais lindo do mundo: “A Lusa ganha hoje?” “Bamos beire”. É lindo ouvir isso!

Ver rostos antigos, que mesmo sem ter criado vínculos, você pode falar para sua filha “Aquele ali comandava a torcida quando eu tinha a tua idade”. Sim, o Lambão com o seu chapéu rubro-verde estilo Daniel Boone levando saguis nos ombros são coisas que já aconteceram em um estádio, ficaram na minha memória e não ocorrem mais.

Falei tanto e não obedeci o título da matéria, “Um jogo no Canindé”. Vão engano, obedeci sim. É que um jogo no Canindé, vários jogos no Canindé ou ainda, todos os jogos do Canindé são o que escrevi acima, para quem cresceu ali dentro.

O jogo em si? Bem! Este me faz sair, feliz, triste, ou com cara de “tá bom, vai”.

Mas o verdadeiro jogo no Canindé, começou na hora que decidi que naquele dia, eu ia pegar a camisa na gaveta, entrar no carro e sentir tudo que foi dito desde que entrei na Rua das noivas, pra ver a “minha/nossa noiva”, que neste caso, é uma noiva que pode ser divida com todos aqueles que cantam: Quatro paredes caiadas, um cheirinho de alecrim. Um cacho de uvas douradas, duas rosas no jardim. Um São José no azulejo, mais o Sol da primavera. Uma promessa de beijos. Dois braços a minha espera. É uma casa portuguesa com certeza. “O Canindé” é com certeza uma casa portuguesa….

____________________________________________________________________________________________________________________________

Esquadrão esquecido

Existem craques mundias, verdadeiras estrelas encaradas praticamente como super heróis. 

Existem craques de seleção. Craques  que mesmo em seleções de menor porte, são reconhecidos, como Roger Milla de Camarões e Rincon da Colombia.

E existem craques do seu time. Craques que você reconhece, mas que talvez não saíram para fora dos muros do seu clube.

É deste tipo de craque que falo hoje. Jogadores que me marcaram profundamente. Eu gostava do futebol deles. Jogadores que admirei, torci por eles e mais, confiava no seu desempenho. Estes jogadores não são da mesma época, o que faz meu imaginario, caso jogassem, transformar a Lusa numa verdadeira seleção. Eles formam a minha seleção dos ‘esquecidos’ da Associação Portuguesa de Desportos. Esquecidos no sentido de não terem ido pra seleção e nem ter o nome marcado como o de outros.

Goleiro: Ewerton. Veio, se não me engano, do Caxias, usava barba e no seu primeiro jogo deu um chapéu no Sócrates. Um chapéu com as mãos, mas lindo. Numa bola cruzada na area, onde normalmente o  goleiro socaria a bola ou colidiria com o atacante, Sócrates subiu de cabeça e o desconhecido Ewerton deu um tapinha na bola, que subiu o suficiente pra passar por cima da cabeça do Doutor e Ewerton segura-la do outro lado.

Lat. direito: Valmir. Jogou no meio pro final dos anos 90. Não aparecia muito pro time, mas ao meu ver, de uma eficiência total.

Leiz: Central vindo do Juventus com postura esguia, jogava com elegância num time da Lusa que chegou perto de uma final de Brasileiro nos anos 80.

Eduardo: Zagueiro levado por meu tio. Fez dupla com Luiz Pereira no time vice-campeão paulista de 1985.

Odirlei: Assim como Leiz, eu não acreditava na época que a Lusa teve mais “cacife” pra traze-lo do que os outros clubes. O homem jogava demais na Ponte Preta. A Lusa ganhou a parada nessa contratação e como diz o Neto: Jogava mais que o Roberto Carlos.

Célio: Médio volante do time de 1985/86. Foi atacante no time do Santos dos Meninos da Vila de 1978. Dava confiança pra zaga. Penso que o entrosamento com Toninho já veio do time anterior. O XV e juntar-se ao Edu Marangon, aí até eu, fica fácil.

Toninho: Veio junto com o Célio do XV de Jaú. Toninho era maravilhoso jogando bola. Conseguia chegar na linha de fundo e cruzar, acredite, de letra, mesmo em alta velocidade. Não fez uma, nem duas, nem tres vezes isso. Fez várias.

Toninho pra mim, jogou mais que o irmão que ficou famoso na Europa, Sony Anderson.

Wilson Carrasco: Que faltas, que arranques, belos passes. Dê um tempo em que você lia a escalação da Lusa no jornal antes de sair de casa e ia confiante para o estádio.

Toquinho: Como diz o torcedor Otavio Lage, foi o primeiro Edmundo do futebol brasileiro. Ponta trombador de chute forte. Era nele que confiávamos durante um período, na busca pelas vitórias.

Kita: Ele havia sido campeão paulista em 1986 pela Inter de Limeira e mostrava uma presença de área muito boa. Em 1988 batemos o Galo em pleno Mineirão por 3 x 0 com três gols dele, Kita.

Ivandro (Chaveirinho): Se existia um jogador insistente, chato, que ia pra cima, pelo lado esquerdo do campo, esse jogador foi Ivandro. Sempre importante para o time.

Amigos, claro que vieram outros nomes à mente. Você talvez pensou no Capitão, Edu Marangon, Leandro Amaral. Também pode ter pensado nos vários goleiros famosos que vieram em fim de carreira como Rodolfo Rodrigues, Carlos, Valdir Peres. Pensou no Roberto Dinamite, Paulinho Mclaren, mas todos esses, penso eu, fizeram mais nome na mídia do que os escalados por mim e muitas vezes, firmaram seu nome no cenário do futebol com outras camisas e não com a nossa. 

Citei, como disse, o ESQUADRÃO ESQUECIDO. Também lembrei do Sidmar, Albéris, Gerson Sodré, Eudes e Elói e de nomes que vieram e não renderam o que se imaginava, como Lúcio e Juari.

Porém, quero encerrar falando de um gigante que não era brasileiro: Daniel Gonzales. Corinthianos e vascaínos podem confirmar o que a torcida da Portuguesa viu primeiro. Escalou de central, joga bem, de quarto-zagueiro, joga bem, de lateral, médio volante, idem. Daniel Gonzales. Como os carros mataram os craques da Lusa! Impressionante.

Por Ricardo Veras

Torcedor Ricardo Veras define: Lusa é atmosfera, é familiar

Portuguesa – História, Amor, Situação

Meu nome é Ricardo, tenho 46 anos e um dos meus lemas é olhar pra frente.
Sim, o almoço de ontem me trouxe até hoje. Devo pensar no próximo.
Mas será que a Portuguesa terá próximo?
Pensar na Portuguesa me leva as três divisões citadas no sub-título.
A história de uma colônia que desembarcava no Brasil, tanto por ser o país descoberto por Portugal, quanto por situações de Primeira e Segunda Guerra Mundiais, quanto à fuga dos jovens lusos, como meu pai, pra não serem levados às guerras na África, onde as colônias de Portugal lutavam nos anos 50.

                            F: Arthur Dafs

Isso fez a Portuguesa nascer em 14 de agosto de 1920 da junção de cinco clubes lusitanos, o que mostrou na época, uma grande massa de gente envolvida e unidas a uma prosperidade para o novo clube.
Prosperidade que teve áureos tempos com cerca de 90 mil sócios nos anos 70. Mas nunca uma prosperidade de títulos no futebol, mesmo tendo incontáveis craques, centenas eu diria.

Sim, a Portuguesa sempre foi escancaradamente roubada dentro das quatro linhas.
Se a Lusa ganhasse metade dos campeonatos que lhe foram tirados no apito, tudo seria diferente hoje. Tamanho da torcida (filhos e netos, hoje podemos contabilizar os bisnetos de portugueses) que migraram para os rivais. O tamanho do espaço destacado pela mídia, patrocínios, etc. Sim, a Portuguesa seria um dos gigantes do futebol.
Mas nada disso tirou o amor de quem torce por Ela. Porque quem torce pra Lusa, quer títulos sim, mas torce pela paixão.

Vejo pesquisas de torcida pra outros clubes oscilarem, pois quando são campeões consecutivamente, muitos dizem torcer e quando os títulos somem esses mesmos também. Na Portuguesa isso não acontece. Acho que o motivo está no encantamento dos seus ‘adeptos’, pra usar um termo da Península Ibérica.

O torcedor da Portuguesa é o verdadeiro fiel, porque quando você pisa no terreno do Canindé, você respira uma atmosfera. Você sabe que alguém da sua família doou cimento, tijolo, dinheiro ou suor pelas paredes que você vê. Você pode passar na sala que tem os azulejos com os nomes dos doadores.

Você sai de casa com fome, porque não entra no jogo sem comer alguma comida típica. Você vai encontrar um parente, alguém da escola ou do trabalho, sem ter combinado. Você vai descobrir que o vendedor da firma X que nunca falou de futebol com você, também torce pra Lusa.

F: R. Veras - Minha filha e sobrinhos {hoje adultos} no dia que entraram em campo com o time.

F: R. Veras, Minha filha e sobrinhos {hoje adultos} no dia que entraram em campo com o time

Sim, eu tenho repetido alguns “sim e você” no inicio das frases, porque, como torcedor da Portuguesa, tenho convicção do que digo. O Canindé que você vê vazio, nós vemos cheio. Nossa história está tatuada naquele cimento. Nossos avós, pais, tios, nos levando desde pequenos e mesmo que alguns já se tenham ido, nossa história lota o estádio.

Será que você encontra torcedor de outro clube que diz “Já vi jogo de onde você imaginar aqui. Até mesmo da tribuna de honra, cabine de rádio, quanto mais de qualquer canto da arquibancada”.

Mas a situação da Portuguesa parece terminal. Descobri que tanto quiseram trocar (o nome), hoje é a única coisa que ela possui.
Sim, Portuguesa é tradição. Portuguesa é um grande negócio, um gigante nas mãos erradas. Tão erradas, que matam a própria galinha que dá seus ovos de ouro. Dão tiro no próprio pé. E estes sabem tão bem o quão grande é a Portuguesa, que não querem entregar pra um bom administrador.

Duvido que não tenha gente competente, com visão pra ressuscitar a Lusa. Mas óbvio que só o farão com a saída de quem está lá. Não quero entrar muito neste mérito, pois acusar envolve provar. Mas os absurdos são claros e muito divulgados pelos órgãos de imprensa.

Assim, encerro reafirmando que pisar no Canindé é sentir a história de uma colônia em um país e que o amor por este clube, só faz do torcedor da Portuguesa, um apaixonado que muitas vezes guarda pra si este amor ao invés de por pra fora.

De minha parte, esquecendo os dirigentes. Obrigado Portuguesa pela euforia que senti nos anos de 1973, 1975, 1976,1980, 1984, 1985, 1987, 1991, 1995, 1996, 1997, 1998 e 2011.

Talvez você pergunte: o que aconteceram nestes anos? Se nos anais do esporte ela não foi campeã. Diria a você que os torcedores da Portuguesa sabem. Ela chegou perto, pertíssimo. Mas forças ocultas, como diria Jânio Quadros em sua renuncia, lhe tiraram títulos. E eu queria só metade deles. A Portuguesa seria gigante.

 
 
 

Espaço Camarote Torcedor Kadeira Kativa

Texto:  Torcedor e escritor Ricardo Veras

Coelhão de Minas terá que correr muito para permanecer na série B

F: Imprensa SBFC

Eduardo – F: Imprensa SBFC

 

O clube América-MG recebeu a punição do Superior Tribunal da Justiça Desportiva (STJD) na última segunda-feira (15), com a perda de 21pontos na série B do campeonato Brasileiro e mais multa de quatro mil reais. Por ter relacionado irregularmente o lateral Eduardo para quatro jogos da competição. Decisão foi tomada pela 1ª Comissão Disciplinar do STJD, por 4 votos a 1.

O time mineiro foi julgado por infringir o Artigo 49 do Regulamento Geral de Competições da CBF e o Artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). Com a perda de pontos caiu para última colocação da competição.

A diretoria recorreu junto ao STJD, e a resposta do efeito suspensivo nesta sexta-feira (19), foi apenas parcial, excluindo o clube de pagar a multa, porém mantendo a perda dos pontos no campeonato. O responsável por julgar o pedido foi o auditor do Pleno, Miguel Cançado, de Goiânia. Com o resultado do julgamento, Coelho amarga a manutenção da punição com apenas 12 pontos.

 

 

 Jogador do São Bernardo comenta sobre a punição da equipe Mineira

O lateral que atua nos dois lados do campo jogou pelo São Bernardo no Paulistão e Copa do Brasil desse ano. Com sucesso de seu futebol, Eduardo se transferiu a Portuguesa de Desportos, atuando em campo pela Lusa no Brasileirão. Não sendo aproveitado pelo time paulista, optou pela contratação do América-MG, também relacionado, esteve em campo pela mesma série B. Com a sua participação nos gramados, o time mineiro infringira os regulamentos desportivos, ferindo os Artigos 49 da CBF e 214 do CBJD.

Disse o atleta, “Em Minas fui relacionado e joguei, de repente surgiu à questão da saúde de meu pai. Solicitei afastamento à diretoria do América, pois ele não estava bem em Tocantins e necessitava de meu auxílio. Ao retornar aos gramados, eu a diretoria do Bernô, qual tenho vínculo contratual, preferirmos a opção de meu retorno ao clube do ABC Paulista”.

O jogador enfatizou que no momento que o atleta é contratado, ele só tem em seu pensamento apenas a apresentação do novo clube, a busca da condição do treino e de jogo mais rápido possível. Não se atendo muito as condições burocráticas que compõe o regulamento desportivo. Acrescentou Eduardo, “Estive ciente do pedido de ação do clube do sul junto a Justiça Desportiva, e infelizmente com a punição de 21 pontos perdidos do América no campeonato. Eu torço e espero que eles consigam reverter essa situação, agora meu foco é o São Bernardo”.

 

 

 

 Arthur Dafs com informações da assessoria do SBFC

 

 

Vitória convincente da Lusa

 

A Portuguesa de Desportos vence por 4 a 0 o Linense no último domingo (09), e continua se recuperando no campeonato, com a segunda vitória consecutiva com Argel no comando, o elenco da Lusa ganhou a segunda-feira de folga, e se reapresentará na terça, pela manhã, no Centro de Treinamento do Parque Ecológico.

 

E Willian Magrão disse: que sabia das dificuldades da partida, mas o time entrou determinado pra vencer, e o volante, conforme foi contratado, deixou a opção para o treinador para atuar também como zagueiro, devido já ter atuado no Grêmio e na Ponte Preta na função, e por ter tido boa atuação diante do Linense,  essa decisão fica para o Argel, Willian que tem na competição, dois jogos e dois gols, e quer trabalhar mais, sabendor da partida complicada no próximo sábado contra o São Paulo no Morumbi.

 

 

 

 

Arthur Dafs

KADEIRA KATIVA

 

 

FONTE: Assessoria da Portuguesa.

Primeira vitória da Lusa no Paulistão

 

A Portuguesa de Desportos volta a trabalhar nesta tarde de sexta-feira, no CT do Parque Ecológico,em busca da melhor preparação para o jogo de domingo, contra o Linense, às 19h30, no Canindé.

 

O treinador Argel Fucks poderá contar com o retorno de Giovanni, que cumpriu suspensão na vitória sobre o Atlético Sorocaba, por 3 a 1. Já o zagueiro Valdomiro, com dores no joelho esquerdo, ainda é dúvida para o confronto na próxima rodada.

Imagem

F: Dorival Rosa

 

 

Leandro exaltou o reconhecimento de seu trabalho em campo e pretende a cada partida melhorar mais juntamente com seus companheiros,objetivando uma crescente do time na competição, é a primeira vitória de muitas,disse o jogador. Os mais interessados na atuação em campo tem que ser o jogador, porque quem entra em campo são os atletas, e não o treinador, com esse conceito e trabalhando junto com o Argel, percebemos os erros em campo, e conseguimos na ultima partida acertar os erros e garantir a vitória, disse.

 

 

Arthur Dafs

Kadeira Kativa

Trechos da partida – Portuguesa x Coritiba

 

 

Abaixo áudio da partida  – Portuguesa 0 x 0 Coritiba.

 

 

 

Ouça reportagem: trechos da partida, Entrevista e Coletiva do técnico Guto Ferreira.

 

https://soundcloud.com/domingos-arthur/trechos-da-partida-portuguesa

 

 

 

ImagemImagemImagem

 

 

 

 

 

Kadeira Kativa.